Um defensor da família? Gustavo Gayer e o silêncio ensurdecedor sobre Prof. Alcides
Nos corredores tumultuados da política nacional, onde escândalos pipocam como milho na panela, um novo episódio chama atenção. O deputado federal Professor Alcides protagonizou mais um daqueles momentos que colocam nossos “representantes” sob os holofotes — mas, dessa vez, por razões bem menos honrosas. Ele foi acusado de agredir a própria esposa. E enquanto as manchetes repercutem, uma ausência se torna mais notável que as próprias denúncias: o silêncio de Gustavo Gayer.
Sim, Gayer. O paladino autoproclamado da família brasileira, o homem que não perde uma oportunidade para erguer a voz (e os punhos ideológicos) contra tudo e todos que ameacem os “valores cristãos”. Mas, curiosamente, quando um colega de bancada é acusado de violência doméstica, ele resolve virar monge e adotar o voto de silêncio.
A família, mas qual família?
Gustavo Gayer construiu sua imagem pública como defensor incansável da moral e dos bons costumes. É um discurso bem afinado: Deus, pátria e família, com uma pitada de apocalipse iminente causado por forças progressistas. Mas, nesse caso específico, sua retórica escorregou na lama da conveniência política.
Se o acusado fosse um desafeto ideológico — alguém da esquerda ou um militante LGBTQIA+ — não tenho dúvidas de que Gayer já estaria em todas as plataformas possíveis, empunhando o megafone da indignação. Mas como o protagonista da história é um aliado de bastidor, ele prefere se esconder sob a máscara do “não vou me pronunciar”. Afinal, criticar o “amigo” pode ser ruim para os negócios.
Ironias da política seletiva
Será que defender a família só é válido quando não envolve conflitos internos? Parece que, para Gayer, a noção de família se resume a um cartão postal idealizado: pai, mãe, filhos e um retrato perfeito de harmonia. Mas e quando um desses “pais de família” protagoniza episódios de violência contra sua própria esposa? O que acontece com o discurso moralizador?
O silêncio de Gayer não é apenas constrangedor; é uma confissão de hipocrisia. Ele mostra que a defesa da família, tão ardorosamente propagada em seus discursos inflamados, é, na verdade, uma ferramenta política, moldável conforme os interesses de quem está envolvido.
Lutar contra o quê mesmo?
Enquanto Gustavo Gayer se cala, é impossível não lembrar das vezes em que ele usou palavras como “família” e “valores” como armas retóricas. Afinal, para ele, tudo parece ser uma questão de lutar contra inimigos imaginários, como a tal “ideologia de gênero”, do que enfrentar problemas reais como a violência doméstica.
Essa omissão em relação ao caso de Prof. Alcides revela algo mais profundo: o discurso da moralidade seletiva. Gayer não defende a família como uma instituição universal, mas sim como um conceito político maleável. Quando a narrativa não favorece, ele simplesmente desliga o microfone.
Conclusão: a moralidade do silêncio
O caso de Prof. Alcides é grave e merece respostas contundentes, tanto da Justiça quanto daqueles que dizem representar o povo. Gustavo Gayer, com sua bandeira de “defensor da família”, tinha a oportunidade de mostrar coerência e se posicionar contra qualquer forma de agressão no âmbito familiar.
Mas, ao se calar, ele demonstra que seu compromisso não é com a verdade ou a justiça, mas com as conveniências políticas. Assim, resta ao público questionar: Gustavo Gayer defende a família ou apenas uma versão conveniente dela?
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